História
O Cocker Spaniel pertence a uma família ancestral, utilizada na falcoaria, desporto muito apreciado pela dinâmica que estabelecia entre o caçador, o cão (que “levantava” a ave) e o falcão (que a caçava). Pensa-se que os Spaniel foram levados de Espanha para Inglaterra pelos romanos, já que a palavra Spaniel é de origem espanhola e significa, precisamente, “espanhóis”.
Durante o séc. XVI, esta família era constituída por cães de água e de terra. Os exemplares mais pequenos ficariam mais tarde conhecido por Cockers, nome que deriva provavelmente do termo “woodcock”, sinónimo de galinhola. O Cocker Spaniel adquiriu particular notoriedade precisamente pela rapidez com que descobria e obrigava estas galinholas a levantar voo, o que facilitava a sua caça. Dotado com um ótimo olfato e mordedura delicada, este cão revelou-se ótimo também no seu cobro.
Ao longo dos séculos, os Spaniels foram crescendo em número e variedade e a sua distinção orientou-se sobretudo pelo tamanho e pela sua habilidade para a caça. Os problemas adjacentes a esta falta de classificação levaram a que, em 1885, fosse criado o Spaniel Club, que começou a empenhar-se na criação de standards para as diferentes variantes. O Clumber, o Sussex, o Welsh Springer, o English Springer, o Field, o Water Spaniel Irlandês e o Cocker começaram a ser registados por volta do séc. XIX como raças distintas.
Em 1892, o Cocker Spaniel é reconhecido pelo Kennel Club da Inglaterra, altura em que começa a ser visto e desenvolvido nos EUA. Neste país, contou com um desenvolvimento diferente, já que alguns criadores começaram a cruzá-lo com outras espécies, para obter uma raça esteticamente mais agradável para o ringue de exposições. Desta forma surgiu o Cocker Spaniel Americano.
Face a esta situação, é formado, em 1935, o English Cocker Spaniel Club of America, com o intuito de preservar a pureza original da linhagem inglesa. Constata-se hoje que esta nunca correu qualquer risco de extinção. As duas raças foram reconhecidas pelo Kennel Club americano em 1946 e, presentemente, coexistem no continente americano.
O prestígio desta estirpe afirmou-se definitivamente quando o prémio “Melhor em Exposição”, da Cruft de Londres, foi recebido por seis vezes consecutivas pelos exemplares dos famosos Canis “Of Ware” do criador Mr. H.S.Loyd. Atualmente, esta raça é utilizada principalmente como cão de companhia, exposição e caça.
Temperamento
Dócil por natureza e muito afetuoso, assim é este cão. É um verdadeiro amigo do seu dono, leal, gentil e obediente. É igualmente inteligente, daí que obtenha particular sucesso nos treinos de obediência.
Com as crianças, revela-se uma companhia alegre, pronto para a brincadeira. Não aprecia ser deixado sozinho, já que necessita de bastante atenção. Este cão precisa de estar bem inserido na família, caso contrário será infeliz e poderá mesmo desenvolver comportamentos que não são típicos da raça.
Não são bons cães de guarda, já que não apresentam grande tendência para ladrar e não costumam ser agressivos.
Descrição
O Cocker Spaniel possui um porte médio, cuja altura varia nos machos entre os 39 e os 42,5 cm e nas fêmeas entre os 38 e os 41 cm. O seu peso oscila entre os 12,7 e os 14,5 Kg.
A sua pelagem é de comprimento médio, lisa e sedosa. São permitidas várias cores uniformes
Possui um crânio abobadado e um focinho largo, quadrado e profundo. O lábio superior recobre o maxilar inferior. As narinas são bem desenvolvidas e os olhos são doces, sendo a sua cor variável consoante a da pelagem. Uma das suas principais características são as orelhas compridas pendentes, com pêlo ondulado, e enraizadas ao nível dos olhos. O pescoço é musculoso e termina num peito largo e profundo. As espáduas apresentam-se descaídas e os membros são fortes e vigorosos, de boa ossatura, com pés bem almofadados. A cauda tem raiz baixa e pode ou não ser amputada.
Saúde e Higiene
O Cocker tem uma esperança média de vida que pode atingir os 15 anos de idade ou mais. As doenças mais comuns a esta estirpe são a atrofia progressiva da retina, displasia da anca, cataratas e infecções auditivas. Em relação a estas últimas, há que sublinhar que, devido ao seu comprimento, as orelhas estão bastantes vezes em contato com o chão sujando-se mais que o normal. Recomenda-se a utilização diária de uma escova para manter as orelhas limpas. O pavilhão auricular deve também ser mantido limpo para evitar o aparecimento de otites.
É aconselhável escovar a pelagem diariamente, e aparar o excesso de pêlo á volta dos pés e no interior das orelhas.
Estes cães devem praticar exercício físico diariamente (no mínimo uma hora), não só porque são muito ativos, mas também porque possuem um notável apetite.